domingo, 19 de abril de 2009

Besteirol

O que é necessário para a convivência? Como e quando nos tornamos parte de um grupo? E principalmente como nos mantemos ou somos mantido nele.
Diziam os antropólogos e depois os operadores do direito que "o homem é um ser social". Essa observação tão óbvia, é tão gritantemente óbvia, que eu nunca havia pensado nisso. Estamos inseridos e incrustados na "sociedade" que nem percebemos o quanto isso nos afeta.
Nos relacionamentos também é assim, precisamos começar a enteder a liga que nos une ou nos separa. O que temos a oferecer àqueles que estão próximos de nós. Qual o elemento, qualidade ou defeito irá ser determinante para criar ou desfazer essa amálgama?
Eu, com certeza não tenho a receita de bolo, mas duas palavras se destacaram em minhas reflexões quais sejam unanimidade e unidade.
As duas mesmo fazendo parte da mesma raíz, são diferentes. Nelson Rodrigues dizia que: "toda unanimidade é burra", e isso tem uma razão de ser. Para se alcançar a tal dita unanimidade muitas vezes se faz necessário negociar, barganhar, adular, oferecer vantagens, demonstrar uma falsa necessidade. Agora, nos voltando para a unidade podemos refletir que a base da unidade é o objetivo comum, é mesmo que sejam mais de uma pessoa elas não se misturam, mas sim se homogenizam, não restando resíduos a serem dispensados ou filtrados, é olharmos para um e vermos não o outro mas o mesmo amalgamado.
Relações que se baseiam na unidade, terão possibilidades maiores de serem duradouras, entretanto correndo o risco de ser mal interpretado como contradizente de meus próprios pensamentos, quero dizer que a unanimidade não é de todo má. Precisamos fazer algo pelo outro, precisamos negociar nossos achismos, e às vezes perder, pois para que o bolo cresça é necessário o fermento, mas observem, sempre em pequenas quantidades, ou seja, preciso é que discordemos às vezes para que seja aperfeiçoada a mistura, assim depois de pronta não veremos mais os ingredientes mas o produto pronto, ou seja a nossa convivência com os outros.

2 comentários:

Erasmo. disse...

Bem, aproveitando essa abertura para opiniões diversas, gostaria de salientar que a discordância faz parte do objeto, quando, em unanimidade, buscamos cada um, burlar a unidade do objeto. Passa a ser concebido, portanto, em fragmentos distintos, o objeto particularmente resolvido em unanimidade.

Samuca Martins disse...

Acho que para que haja convivência em qualquer nível, o ingrediente básico é a afinidade; onde o grau dela é diretamente proporcional ao nível; quanto mais afinidade maior é o nível de convivência.